domingo, 8 de junho de 2008

Coragem Cambada!

E bom. Portugal lá ganhou o primeiro jogo. Já desliguei a televisão. Está escura desde ontem. Mesmo assim ainda deu para ver a tristeza das festas por todo o país e estrangeiro como se esta vitória significasse que fomos campeões. São aquelas coisas que só consigo entender do ponto de vista da necessidade que o povo tem de extravasar as suas mágoas acumuladas. Se não de que outra forma poderiamos explicar a histeria, as buzinadelas, o barulho, a malta louca na rua...
É claro que os rodapés dos telejornais passaram despercebidos no meio de tanta euforia, mas contrastavam fortemente com o clima geral.

Já agora, uma nota ao seleccionador nacional (eu não percebo rigorosamente nada de futebole e não quero perceber mas quase que até um cego vê!): Deixe de jogar à defesa; deixe lá de pensar que um golo de diferença é um bom resultado! É que de um momento para o outro, com tanto medo com que a nossa equipa fica, ainda levamos um ou dois sem saber de onde! Coragem cambada!

E o último apontamento, de um final de noite alucinante, envolto em sons dos anos 60 e 70, vai para a música: realmente pouco se tem inventado nos últimos 20 anos no que a isto diz respeito. No meio de tanto Led Zepplin, Peter Frampton, Jimmy Endrix, Eric Clapton, Stones, Melanie Safka e muitos outros grandes da música dessas duas décadas, apenas uns honrosos dois nomes surgiram como icones da qualidade da música dos anos 90: Verve e U2. Apenas estes conseguiram penetrar a barreira da qualidade. Estou esperançoso de que mais venha mas é tudo tão parecido com o que já foi feito... E tão bem feito. Alucinei durante quatro horas ao som de guitarras, baterias, vozes, arranjos, tudo frenético, tudo puro, mesmo aquilo que já começava a roçar o electrónico. Não sou propriamente um novato nestas coisas, mas há sempre tanto para redescobrir! Há letras fantásticas que se perdem no tempo, intervensões ou códigos escondidos. Há um rol de tudo que hoje quase se transforma num belo monte de nada.

Fica, por exemplo, a sugestão do poder do rock de "Motherless Childreen", Eric Clapton, 461 Ocean Boulevard, 1974. (Até este senhor parece ter-se perdido!)

Deixem voltar a pureza da guitarra, das vozes e dos arranjos puros! Já não se pode com estas bandas pop/rock/sei lá o quê britanicas e norte americanas que fazem todas a mesma coisa: barulho, barulho e mais barulho, sem qualquer preocupação do que isso possa fazer aos ouvidos e cérebros mais desatentos.

Coragem Cambada! Toca a fazer novo!

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