Ando com medo. É um facto que me persegue e parece dar toques no ombro, como quem me chama sempre que me distraio. Eu explico: a minha vizinha do 7ºesq confundiu-me com um dos elementos do conselho de justiça da Federação Portuguesa de Futebol. Tal confusão na sua cabeça criou uma onda de choque no prédio, no bairro inteiro. Adeptos do FCP e do Boavista não faltam e agora... estou com medo.
Ainda ontem saí descansado para almoçar (coisa que faço com algum prazer em poucos e muito bem seleccionados invictos restaurantes) quando de repente, tinha à minha beira um aglomerado de olhares irados, raiados de sangue e prontos a explodir. As mãos agarravam discretos paus e ferros, com ar de quem se apoia para caminhar. Mas o que mais me assustou foi mesmo a espuma que escorria de algumas bocas.
Não falei. Mesmo que quisesse não conseguía, pois o medo que me subia pelas pernas havia paralisado todo o meu corpo e nem os cabelos mexiam ao sabor do vento. Alguém proferiu uma acusação numa inteligível verbalização, seguida de urros de apoio dos restantes mastodontes e "mastodontas". Sim, porque não pensem que estava com medo dos homens! Não, aquilo que temia era o todo de fêmeas que protegiam a sua prole contra o ataque do mais temível dos predadores!
Cheguei a sentir uma ligeira alteração intestinal, devo confessar. E até agora não sei como, depois da primeira paulada consegui ainda dizer que não era quem pensavam. De pouco me serviu e apenas a intervenção do corpo especial da polícia conseguiu parar aquilo que se seguiu.
Não sei bem onde estou. Pelas máquinas e cor das paredes diria que no hospital.
Não sei bem para onde vou. Pelo que aconteceu diria que nunca mais de volta a casa.
Vou aproveitar e dar uma volta pelo mundo, pode ser que não seja confundido com mais ninguém. Isto nunca me tinha acontecido.
Gervásio Piteiras
terça-feira, 15 de julho de 2008
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Adrenalina e saraivadas
Está aí a nova moda contra o stress! Nada de especial mas se pega vai ser um sucesso! Falo do movimento lançado no bairro da Quinta da Fonte: Tiro ao Boneco.
Até hoje a actividade de tiro estava reservada a 2 locais: ou as barraquinhas das feiras, com aquelas armas completamente tortas e que nunca acertam em nada; ou nas carreiras de tiro.
Mas, o tiro na carreira não tem piada nenhuma: o alvo não mexe, não dá luta, está ali parado com cara (se a tiver) de parvo. Quanto muito se forem pratos... Agora, na rua?! Isso é que é! Os gajos mexem, disparam de volta, fogem, escondem-se, fazem emboscadas, etc..
Na verdade é uma versão mais actual do jogo "Paintball" e talvez mais barata também. Desta maneira até se pode juntar um outro elemento: a polícia! É um terceiro elemento que nos obriga a reconsiderar estratégias, a tomar novas posições e tácticas. E se estas movimentações todas aumentam a adrenalina e podem aumentar o stress, o momento do disparo ajuda a descarregar todas as tensões e frustrações.
Imaginem só se a moda pega, por exemplo, na Assembleia da República. Era uma beleza. Parece que já estou a ver o Sócrates e o Louçã aos tiros um ao outro, o Portas a refilar, o Gerónimo de machado em punho (ou foice), todos embuscados atrás dos copos de água (água?) e das respectivas cadeiras. Depois a entrada da policia de choque que tentaria dispersar os meliantes com gás lacrimogéneo lançado de posições estratégicas nas galerias. E o povo! Ah o povo! Poderia finalmente levar uma granadita ou outra e lança-la bem lá para o meio. Ou quem sabe uma AK47, para saraivar quem se metesse à frente... Como seria bonito. Podia ser que assim mudassem os políticos que temos...
Não estou a fazer nenhum apelo à violência, descansem as mentes mais impressionadas. Mas estamos a precisar de outra revolução. Uma a sério, que mudasse alguma coisa.
Onde é que isto vai parar?
Até hoje a actividade de tiro estava reservada a 2 locais: ou as barraquinhas das feiras, com aquelas armas completamente tortas e que nunca acertam em nada; ou nas carreiras de tiro.
Mas, o tiro na carreira não tem piada nenhuma: o alvo não mexe, não dá luta, está ali parado com cara (se a tiver) de parvo. Quanto muito se forem pratos... Agora, na rua?! Isso é que é! Os gajos mexem, disparam de volta, fogem, escondem-se, fazem emboscadas, etc..
Na verdade é uma versão mais actual do jogo "Paintball" e talvez mais barata também. Desta maneira até se pode juntar um outro elemento: a polícia! É um terceiro elemento que nos obriga a reconsiderar estratégias, a tomar novas posições e tácticas. E se estas movimentações todas aumentam a adrenalina e podem aumentar o stress, o momento do disparo ajuda a descarregar todas as tensões e frustrações.
Imaginem só se a moda pega, por exemplo, na Assembleia da República. Era uma beleza. Parece que já estou a ver o Sócrates e o Louçã aos tiros um ao outro, o Portas a refilar, o Gerónimo de machado em punho (ou foice), todos embuscados atrás dos copos de água (água?) e das respectivas cadeiras. Depois a entrada da policia de choque que tentaria dispersar os meliantes com gás lacrimogéneo lançado de posições estratégicas nas galerias. E o povo! Ah o povo! Poderia finalmente levar uma granadita ou outra e lança-la bem lá para o meio. Ou quem sabe uma AK47, para saraivar quem se metesse à frente... Como seria bonito. Podia ser que assim mudassem os políticos que temos...
Não estou a fazer nenhum apelo à violência, descansem as mentes mais impressionadas. Mas estamos a precisar de outra revolução. Uma a sério, que mudasse alguma coisa.
Onde é que isto vai parar?
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Matemática, resultados, adições e subtracções
Tenho ouvido alguma da discussão que surgiu após os exames de matemática do 9º ano.
A maior critica vai para a facilidade de execução do exame, tendo logo saltado políticos e pais extremosos, ou "estrumosos", para a linha da frente da contestação: "A minha filha saiu do exame e disse que o exame era para deficientes" (foi uma das que ouvi na TSF, rádio que pensei ser de respeito); "O exame era muito fácil" (Senhores vários que não me pareceram ter qualquer conhecimento técnico para avaliar este tipo de coisa disseram esta frase vezes sem conta. Também a associação dos professores de matemática); "O governo quer reverter as estatísticas da forma mais fácil" e etc.. Um infindável número de coisas.
Mas, parece-me que todos se esqueceram de uma coisa muito importante e pergunto eu:
SE O EXAME ERA ASSIM TÃO FÁCIL COMO É QUE É POSSÍVEL QUE METADE DOS ALUNOS TENHA CHUMBADO???
Não vos parece uma pergunta lógica? Bem dizia o Secretário de Estado da Educação que os resultados não tinham sido nada satisfatórios. Pois não! Então o exame até por alunos de anos anteriores podia ser feito (segundo algumas línguas) e nem assim passaram... Algo está podre nos reinos de Portucale!
A maior critica vai para a facilidade de execução do exame, tendo logo saltado políticos e pais extremosos, ou "estrumosos", para a linha da frente da contestação: "A minha filha saiu do exame e disse que o exame era para deficientes" (foi uma das que ouvi na TSF, rádio que pensei ser de respeito); "O exame era muito fácil" (Senhores vários que não me pareceram ter qualquer conhecimento técnico para avaliar este tipo de coisa disseram esta frase vezes sem conta. Também a associação dos professores de matemática); "O governo quer reverter as estatísticas da forma mais fácil" e etc.. Um infindável número de coisas.
Mas, parece-me que todos se esqueceram de uma coisa muito importante e pergunto eu:
SE O EXAME ERA ASSIM TÃO FÁCIL COMO É QUE É POSSÍVEL QUE METADE DOS ALUNOS TENHA CHUMBADO???
Não vos parece uma pergunta lógica? Bem dizia o Secretário de Estado da Educação que os resultados não tinham sido nada satisfatórios. Pois não! Então o exame até por alunos de anos anteriores podia ser feito (segundo algumas línguas) e nem assim passaram... Algo está podre nos reinos de Portucale!
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